terça-feira, 5 de maio de 2009

Diário de um estagiário em uma escola pública - #01: Primeiras impressões

Eu estou no último ano do curso de Licenciatura Plena em Matemática, e por isso preciso cumprir nada menos do que 400 horas de estágio. Pois bem, cansado de adiar o estágio, resolvi começar na semana passada. Combinei com um antigo professor que me deu aula no ensino fundamental de assistir aulas com ele – ele é um dos melhores professores da escola, senão o melhor.

Assisti algumas aulas no ensino fundamental esta semana. Sempre soube que vida de professor não é fácil, que as crianças hoje em dia estão impossíveis, que o ensino público não é lá essas coisas, mimimi... pois bem, após essa primeira semana posso sintetizar minha experiência em apenas uma palavra: MEDO!

Aliás, também posso expressar em apenas uma frase o comportamento observado nos alunos: DESINTERESSE! É impressionante como alguns alunos não dão a mínima pro professor na hora da explicação. Em uma sala com a maioria de alunos repetentes, a situação é bem pior: quase ninguém se esforça para aprender, na hora de uma demonstração, poucos prestam atenção e quando o professor pergunta algo, os alunos simplesmente vomitam respostas, digo, chutam de qualquer maneira, sem parar para pensar, raciocinar. Teve um sujeito que disse que 2,5 ao quadrado era cinco.

Vendo isso, é certo que alguém aspirante a professor ficaria chocado. Foi o que aconteceu comigo. Pra melhorar o ensino público, os docentes fazem um verdadeiro trabalho de formiguinha. E essa foi apenas a primeira semana de muitas que estão por vir. Inté a próxima.

2 comentários:

Aninha disse...

Isso ai, primeiro de muitos outros...
Não desista e não permita que o dia a dia, o ano a ano tire sua vontade de mudar o mundo...


pense que vc pode sim faze-lo, com 1 aluno por vez ;)

Bjokas
You"re a Loser!
(visita o meu tb =P)

Dom Quixote de lugar nenhum disse...

"...2,5 ao quadrado era cinco."

Não sei se acho engraçado ou lamento profundamente. A verdade é que na nossa época também era assim.

A única diferença é que hoje vemos tudo isso de um ângulo diferente.