quinta-feira, 19 de julho de 2012

Apollo Ômega - Cap. III: Lacuna


David e eu checamos as gravações da câmera que monitorava a câmara de êxtase número dois. Começamos a olhar as gravações de uma semana atrás. Todos os quatro estavam em suas respectivas "camas". Avancei rapidamente as imagens. Quando começamos a ver imagens de cinco dias atrás, uma estática tomou conta do monitor, durando alguns poucos segundos. Quando a imagem voltou, um dos quatro havia desaparecido. Era Amanda.

- Isso é impossível! Segundo essa gravação, Amanda acordou e saiu da câmara em apenas dez segundos, desaparecendo do campo de visão da câmera! O arquivo deve estar com defeito!
- David, já verifiquei algumas vezes. Está tudo funcionando perfeitamente.
- Mas como isso é possível, Johnson?

Ficamos uns instantes pensativos, com a cabeça baixa, procurando um sentido nisso tudo. Nada daquilo parecia real. Parecia que eu estava sonhando. Um daqueles sonhos estranhos em que você acorda num susto, de repente, quando tem a sensação de que está caindo. Aqui o susto veio na forma da voz de Emily Dean. Mas eu não acordei.

- Conseguiram descobrir o que houve com Amanda?
- Ainda não, Emily.

Contei a ela o que David e eu encontramos nas gravações. Ela permaneceu estática por um breve momento e dirigiu o olhar a nós dois novamente. Quando pareceu que iria nos dirigir a palavra, respirou fundo e deu meia volta.

- E Carl? - perguntou David
- Está bem, assim como nós. - respondeu a doutora, sem se virar para nós.

"Bem, assim como nós". Aquela frase ecoou em minha mente. "Será que estamos bem?", pensei. David se afastou um pouco de mim. Eu me sentei um pouco. Me sentia como se houvessem inúmeros buracos em minha memória. Ouvi David me chamar, com uma voz rouca.

- Noah, venha aqui, depressa. - tornou a me chamar.

Em sua face havia pânico estampado. A expressão de militar deu lugar a um misto de susto e pânico.

- Noah... de acordo com os nossos registros, nós deveríamos estar agora próximo de Cérberus 7, certo?
- Exato, David. E nós estam--
- Então olhe pela janela!

E eu olhei. E o que nós não vimos pela janela foi mais assustador do que o que não vimos nas gravações da câmara de êxtase número dois. Olhamos para o espaço. E lá fora havia... nada.


............



Ω


2 comentários:

William C. Gac disse...

Foi interessante, principalmente o final que deixou mais um ar de interesse, mas indo para as críticas mais "chatas"...
Você poderia ter colocado mais emoção nas pós-falas ou mais ações. Nada muito exagerado, mas também ao menos transmitir um pouco a imagem que todos estão tendo de todo o ocorrido, por meio de suas ações físicas também. Vou dar um exemplo:

"Seu rosto estarrecido mostrou-se linhas faciais jamais vistas naquele homem que parecia-se tão seguro em momentos como este."

Coisas bestinhas assim e simples, que deixa o leitor mais dentro do conto e o deixa também mais a par das coisas, principalmente quando envolve O SEU ESTILO DE ESCRITA. No mais, foi criativo e muito bom, mas precisa melhorar um pouco mais nas descrições pós-falas e descrições da narrativa em si, sendo seu próprio estilo de escrita ou não. ^^
E já tá aqui nos favoritos! Estou no aguardo do capítulo IV! õ/

Anônimo disse...

I appreciate the picture. I think many people would have the same feeling as me towerd the piatures. Thought the passage is a litter bit of shore, the photos can make up for it. Thank you for me to have chance to read them. Now I want to post my favouit goods: pearl gift and shell pearl in your post. Thank you again.