Doce vazio
Embrenhei-me por matas sombrias
Abrindo caminho por uma floresta de silêncio
Nadando por um mar de lamentos
Cavalgando por um vale de sofrimentos
Até rasgar a sangria
E ver que após o nada
No abismo infinito
Além do vazio
Tudo que há
É o frio
Como o Arauto do silêncio
O andarilho do asfalto
Montado no meu corcel negro
Cavalguei durante eternidades
Pra chegar no lugar onde comecei minha jornada
Parti de manhã, quase na madrugada
Cheguei um pouco inifinitamente depois
Bem na alvorada
Junto do revoar dos corvos
E bem de fronte da ravina
Onde jazem minhas esperanças
Que um dia viveram
Mas depois da guerra e do silêncio
Descansaram em paz
E depois se tornaram em lamentos
Lembrança no meio de esquecimentos
Eternidades no meio de momentos
Ira no meio de alentos
Maldição no meio de talentos
Agora servem de alimento para meu corcel
Extensão de mim mesmo
Guerreiro cruel
Tendo nas veias amargo fel
Coloco meu elmo, da cor do vazio
E sigo em frente
Já é quase madrugada
Volto daqui um pequeno infinito
Perto da alvorada
- Milton Vinícius
2 comentários:
Fantástico Milton! Fantástico.
Uma das melhores coisas que li nos útimos dias. Perfeito! Só para constatar: você é niilista e, talvez, nem saiba.
Oi,Miltão! Blz? Bem legal, o seu poema! Olha, passei aqui para te avisar que o "Mais Café" retomou as atividades...tá meio devagar ainda, mas é por quê a cafeteira ainda está esquentando...passa lá, uma hora dessas! Um abraço!
Postar um comentário