Esses dias eu estava escrevendo um texto, e me lembrei de um amigo
de infância. Aliás, de infância não, porque quando o conheci já
tinha uns 14 anos. E também não era amigo, estava mais para
conhecido. Costumávamos jogar bola. Bom, ele era um perna de pau,
jogava nada. Aliás, era um cavalo. Já quase quebrou a perna de um
outro cara. E nem foi expulso. Juiz ladrão. O cara foi para o pronto
socorro, tirou chapa, mas não quebrou nada. No dia demorou para ser
atendido. Teve um acidente de carro. O pai de uma menina da minha
sala morreu na hora. Ela estava toda ensanguentada e chorando quando
nós chegamos.
Ela ficou umas duas semanas sem ir para a escola. Quando ela voltou,
os professores não cobraram nenhum trabalho dela. Menos a dona
Roberta, professora de português, que pediu que ela entregasse dois
trabalhos sobre literatura. Só não pediu o relatório do livro que
todos tinham que fazer. Sorte dela. Livro de Machado de Assis,
chatura que só. Bem que ela podia nos mandar ler, sei lá, uns gibis
do Homem Aranha. Ou do Batman. Sim, do Batman, gosto mais da DC.
Aliás, os últimos filmes do Batman, isso sim que é filme de super
herói.
Fui ver o último na
pré estreia. Sala lotada. Depois ainda assisti mais uma vez. Filme
bom, vejo duas vezes. Que nem aquele do Wagner Moura, Tropa de Elite.
Melhor filme brasileiro que eu já vi. Grande ator o cara. E eu
estava dizendo… ah sim! O meu conhecido. Me lembrei dele esses dias
enquanto escrevia um texto. Ele nem bem terminava um assunto, e já
entrava em outro. Eita rapaz pra divagar!